domingo, 10 de dezembro de 2017

Análise Pachuca - Mundial de Clubes 2017

O Pachuca, conhecido como Los Tuzos,  é um dos times mais antigos e tradicionais do México. Fundado em 1892 é mais antigo que todos times brasileiros (o Rio Grande, mais antigo do Brasil é de 1900). Podemos dizer que é um clube "copero", pois tem 6 títulos nacionais, 5 títulos continentais e 1 sulamericana. Chega a sua quinta partcipação no mundial de clubes, onde a melhor colocação foi um 4 lugar, em 2008, onde perdeu a semifinal para a LDU. Joga essa edição, por ter vencido no fim de abril a Concachampions (equivalente a Libertadores da CONCACF) contra o Tigres, também do México, empatando fora de casa em 1 x 1 e vencendo em casa por 1 x 0 com gol do atacante Jara, aproveitanto rebote do goleiro Guzmán. 


Aliás é sobre essa final que quero começar a análise tática do Pachuca, pois resume como jogam. è
É um time que fica mais posicionado em sua defesa, aguardando o adversário, para sair rápido em contra ataque (que falarei mais em detalhe abaixo) e também tem como a bola parada outra de suas armas. Nesse link segue os principais lances da final: https://www.youtube.com/watch?v=UfKU7PsoIBk

Mas desde abril algumas coisas mudaram no Pachuca e analisarei um pouco dessas mudanças e como o time se encontra agora. 

GOLEIRO - 
Na conquista o goleiro era Alfonso Blanco, considerado um dos melhores da posição da CONCACAF, porém no campeonato mexicano e no jogo contra o Wydad que jogou foi o lendário goleiro Óscar Pérez, com seus 1,72m de altura, e 44 anos, o mais velho jogador em um mundial. Não se espantem se Blanco jogar contra o Grêmio, mas são chances remotas.


ZAGA - 
Apesar de jogador fechado, vejo a zaga do Pachuca fraca. Na conquista da Concachampions a dupla de zaga era formada pelo colombiano Óscar Murillo e pelo americano Omar Gonzalez, este considerado um dos melhores jogadores da posição pela CONCACAF, mas que também perdeu a sua posição para Joaquin Martinez. Na direita também outra alteração, com Robert Herrera (que pelo pouco que vi achei lento) entrando no lugar de Raul López, mantendo na esquerda Garcia.

Escalação contra Wydad. Não considere a formação tática.

MEIO CAMPO - 
O meio campo é o melhor setor do time. Atua com 5 jogadores, normalmente com três volantes e dois meias. Quem fica mais posicionado é Jorge Hernadez, que é o jogador que mais rouba bola na equipe, e que no jogo do Wydad achei muito fraco, chegando sempre atrasado nas jogadas. Mais pela direita fica o volante e também lateral direito Erick Aguirre. Junto deles nessa primeira linha de meio campo fica o principal jogador da equipe no campeonato mexicano, Victor Guzmán, que falarei um pouco mais abaixo.  Na linha mais a frente do meio campo ficam os dois principais jogadores da equipe: Honda e Urretaviscaya. O japonês Honda, sim o mesmo da seleção, do CSKA e Milan,  foi cntratado após a saída do principal jogador da equipe, Lozano que foi para o PSV., após o fim da Concachampions. Honda é o responsável pela organização do time e puxar os contra ataques junto com o uruguaio Urretaviscaya. São eles que são procurados pela defesa para essa transição ofensiva com velocidade. Foi a partir do cruzamento de Urretaqviscaya, considerado o craque do jogo contra o Wydad, que saiu o gol da classificação.


Os principais responsáveis pela armação da equipe.



ATAQUE - 
Estes contra ataques sempre buscam na área o atacante da seleção chilena Angelo Sagal, que jogou alguns minutos na final da Copa das Confederações, e foi contratado no meio do ano. Ele ganhou a posição do argentino Jara, que era titular absoluto na Concachampions e perdeu a posição ao longo do campeonato mexicano. Aqui volto a falar de Victor Guzman, autor do gol na semifinal contra o Wydad, e artilheiro do time no campeonato mexicano, com 8 gols em 16 gols. Grêmio precisa ter atenção com ele, que apesar de se baixo, tem ótimo posicionamento dentro da área. Pode ser considerado um jogador "moderno" pois defende e ataque na mesma intensidade.


O artilheiro improvável Guzmán.


Com todas essas mudanças da Concachampions para cá o Pachuca perdeu um pouco de qualidade, sendo apenas o 12 colocado entre 18 participantes do campeonato mexicano. Apesar de ter um jogo mais reativo, teve média de quase 1,5 gols sofridos por jogo. Um ponto a se destacar dos gols é que o time faz mais e sofre menos gols nos últimos 30 minutos do jogo (contra o Wydad foi no fim da prorrogação). Isso por dois fatores: preparação física, é um time não desiste nunca, e segundo, por ser mais reativo, fica mais postado na zaga o adversário se cansa e eles aproveitam o contra ataque. Ou seja, Grêmio tem que aproveitar o 1 tempo para matar o jogo.

Gol do Pachuca no campeonato mexicano.

Acredito que veremos um jogo totalmente diferente na terça contra o Grêmio. Enquanto contra o Wydad o Pachuca teve que ter o controle da bola (56% de posse) tendo que propor o jogo, contra o Grêmio provavelmente irá esperar o Grêmio, ficando recuado e tentando encaixar um contra ataque ou uma bola parada. Quando quis propor o jogo o time se atrapalhou, pois não tinha opções de jogo. Um exemplo que me marcou foi aos 12min do 2 tempo onde Jara e Honda fica com a bola por mais de 10 segundos e ninguém chega como opção de passe.

Honda e Jara tabelando sem passagem de lateral ou meio campos demorando para aproximar.

Linhas de conttolr de bola. Quanto maior a linha, maior a pressão e chances de gol


Se o Grêmio entrar concentrado e manter seu padrão de jogo tem totais condições de vencer, porém eu escreverei uma novidade para vocês "futebol é uma caixinha de surpresas". Todo cuidado é pouco, mas tenho certeza que farei outra homenagem ao tricolor, como fiz no último gol do nosso TRI:


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Vamoooooo



terça-feira, 21 de novembro de 2017

Análise tática Grêmio x Lanús - Especial Final da Libertadores!

O Lanús atua no 433 atacando e no 4141 defendendo, esquema que vem desde Guillermo Barros Schelotto e que Jorge Almirón consolidou e aperfeiçoou. Abaixo a análise dos cinco momentos do jogo: DEFESA, SAÍDA DE BOLA, TRANSIÇÃO OFENSIVA, ATAQUE E TRANSIÇÃO DEFENSIVA. Pensem no jogo o time marcando, recuperando a bola, se organizando na defesa, depois evoluindo no campo adversário para o ataque e depois perdendo a bola voltando defensivamente. Isso que tentarei mostrar para ficar fácil de entender.

 Esquema tático padrão do Lanús.



DEFESA:
Tem um sistema defensivo compacto, atuando com uma linha de quatro marcadores na frente do goleiro Andrada, com Gómez pela direita, que apesar de ir muito para o ataque tem velocidade de recomposição,  a dupla de zaga formada pelo paraguaio Garcia Guerreño Braghieri, que é o ponto fraco do time, por serem lentos e pesados, e por isso cometem muitas faltas, e na esquerda o capitão Velazquez. Na frente dessa primeira linha de marcadores o Lanús coloca o volante Marcone como o verdadeiro cão de guarda, e que deve ser o marcador de Luan. Pelo direito na marcação Martinez e Alejandro Silva são os responsáveis pela recomposição, e Pasquini e Acosta pela esquerda. 

Minha grande dúvida para o jogo é como o Lanús marcará. Se fará como contra o San Lorenzo e River Plate, que ficaram esperando os adversários e perderam, mas que sabem que o Grêmio (e a maioria dos times) tem essa dificuldade de entrarem em uma defesa bem compacta, ou se farão a marcação alta, ou seja, no campo do Grêmio na saída de bola, mas dando a possibilidade de espaço para o Grêmio, em especial de Luan criar, e os demais avançarem em velocidade.


O QUE O GRÊMIO DEVE FAZER?
Velocidade: como os zagueiros são lentos, Ramiro, Fernandinho e Arthur, terão a função de passar em velocidade para receber a bola vinda de Luan, ou de um pivô realizado pelo Barrios.

Mobilidade de Luan: Luan terá que ter muita mobilidade para confundir a marcação de Marcone. Também poderá tentar dribles em cima dele, que está pendurado, e se tomar outro amarelo está fora do jogo na Argentina, o que será péssimo para os Argentinos.

Chutes de fora da área: Andrada apesar de ser bom goleiro, rebate muitas bolas, como aconteceu contra o River. Aproveitar as faltas cometidas pelos zagueiros.
Bola aérea: é um dos pontos fracos dos Argentinos, não são jogadores muito altos, marcam individualmente. Aproveitar as faltas cometidas pelo zagueiros.

SAÍDA DE BOLA:
Uma das principais qualidades do Lanús. É aquele time que não dá "balão" e sempre sai jogando com a bola com três jogadores, se preferirem a saída Lavolpiana (inspirada no técnico argentino Ricardo La Volpe). Essa saída se configura com a abertura pelas laterais dos zagueiros Garcia e Braghieri, dando amplitude, para que pelo meio ou o goleiro Andrada ou o volante Marcone saiam para o jogo. 
Nessa saída de bola, os laterais Gómez e Velazquez avançam para o meio campo, para assim dar superioridade numérica e serem opções de passe.


O QUE O GRÊMIO DEVE FAZER:
Marcação dos meias e atacantes: Barrios, Luan, Ramiro e Fernandinho terão que se doar na saída de bola. Podem recuperar e ter oportunidade de gol. Ao mesmo tempo Ramiro e Fernandinho tem que ter cuidado com os laterais em suas costas.


TRANSIÇÃO OFENSIVA:
Outra qualidade do Lanús, outra atuação forte dos laterais. Aqui há muita inversão entre os laterais e os meias, onde o lateral pode centralizar a jogada, sendo um armador, e os meias podem ir para o lado do campo, realizando transições em velocidade e assim confundindo a marcação adversária. Na direita Gómez e Alejandro Silva invertem e na esquerda Velazquez e Pasquini. Eles fazem o jogo de posição, junto com os atacantes Silva e Acosta, ou seja, sempre há dois jogadores próximos do portador da bola para dar opção de passe.


O QUE O GRÊMIO DEVE FAZER?
Atenção e velocidade: como são movimentos rápidos, as duplas Edilson-Ramiro e Cortez-Fernandinho terão que estar muito coordenados para acompanharem essas transições.
Posicionamento: todos devem estar bem posicionados para impedir a linha de passe do Lanús.


ATAQUE:
Como atua com três atacantes, o volume de jogadas ofensivas é intenso. Alejandro Silva na direita e Acosta na esquerda são os pontas (extremas) e Sand é o centroavante que fica centralizado. Silva tem como característica a velocidade e Acosta (principal jogador do Lanús, sendo convocado para a seleção) tem o drible, além da velocidade. É através de Acosta que normalmente são puxados os contra ataques.  Ambos sempre procuram Sand para fazer o pivô, para girar o jogo, ou para a finalização ao gol. Apesar de não ter velocidade, Sand tem força e vai em todas as jogadas, sempre brigando com os zagueiros.
Além dos três atacantes, há o apoio do lateral Gómez com velocidade na direita, Martinez organizando o jogo, e Pasquini pela esquerda cruzando (ele era lateral até o ano passado). Eles sempre aparecem nas jogadas ofensivas para ter superioridade numérica.


O QUE O GRÊMIO DEVE FAZER?
Não dar espaço: Geromel e Kanneman não podem dar espaço para Sand. Onde ele cair um dos dois devem estar juntos nele. O zagueiro que sobrar deve estar atento as coberturas, pois o Lanús centraliza muito o jogo e passa em velocidade.
A dúvida: Jaílson ou Michel a grande dúvida para o jogo de amanhã. A tendência é que jogue Jaílson, devido a velocidade, tanto defensivamente para assim acompanhar esses ataques, quanto ofensivamente dando opções de passe entre as linhas do Lanús. Mas Michel seria importante por marcar melhor, ter mais força no combate e ofensivamente no chute de fora da área e saída de bola mais qualificada.


TRANSIÇÃO DEFENSIVA:
Quando perdem a bola, o Lanús normalmente tem posicionados seus dois zagueiros, mais o lateral esquerdo Velazquez, que devido às subidas de Gómez na direita, muitas vezes atua como um terceiro zagueiro, e o volante Marcone. Aliás, os dois zagueiros, juntos com Marcone e Sand são os jogadores que ficam mais estáticos em todos momentos de jogo, com suas posições definidas, os demais invertem de posição. Gómez e Pasquini possuem uma recomposição rápida, porém os demais não tem essa velocidade.



O QUE O GRÊMIO DEVE FAZER?
Inteligência: e aqui entra Arthur e Luan. O primeiro para uma saída de bola de qualidade. O segundo para pensar o jogo e abrir o jogo para as laterais.
Pivô: Barrios deverá levar os zagueiros para a área, ou para fazer o pivô para quem vem de trás, ou então para dar mais espaço para o trabalho entre as linhas de defesa do Lanús.


Além dos vídeos já postados aqui, segue mais dois do twitter que explicam muito bem como o Lanús joga!

Gostou? Tem muito mais no meu Twitter @mwgremio!


segunda-feira, 20 de novembro de 2017

Análise jogadores Lanús e meu time da final da Libertadores!

Análise, jogador a jogador do Lanús! 
Fiz análise ao longo da última semana no meu Twitter @mwgremio, com fotos e análise mais completa. Aqui posto somente os pontos fortes e fracos para melhor visualização de todos!


ANDRADA (goleiro, nº 28)
Pontos fortes:
• jogo com pés, mtas vezes é um líbero. Atenção de Luan e Barrios.
• bola aérea, alto e boa envergadura

Pontos fracos:
• segurança. Rebate muitas bolas como nos dois gols do River

GÓMEZ (lateral direito, nº 4)
Pontos fortes:
• grande capacidade física, c força e velocidade na defesa e ataque
• boa leitura de jogo, dá ritmo
• inverte mto na diagonal c meias e atacantes

Pontos fracos:
• tem amarelo, pode se preocupar no 1 jogo

Rolando GARCIA Guerreño (zagueiro pela direita, nº 23)
Pontos fortes:
• força física
• mais habilidade que seu companheiro de zaga Braghieri (mas não muito mais)

Pontos fracos:
• lento
• sem saída de bola (toques laterais)
• faz muitas faltas

Diego BRAGHIERI (zagueiro pela esquerda, nº 6)
 Pontos fortes:
• força física
• bola aérea

Pontos fracos:
• lento
• sem mobilidade (cintura dura)
• faz mtas faltas • está pendurado
• junto c outro zagueiro Garcia Guerreño ponto fraco do time

Maxi VELAZQUEZ (lateral esquerdo, capitão, nº 3)
Pontos fortes:
• marcação (fica mais para Gomez (LD) sair e Pasquini e Acosta terem liberdade na esq
• visão tática
• liderança

 Pontos fracos:
• habilidade (qd ataca faz o simples, mas faz bem)

Iván MARCONE (volante, nº 30)
Ponto fortes:
• marcação (cão de guarda da defesa)
• passes (joga entre zagueiros para saída de bola)
• visão de jogo (antecipação)

Pontos fracos:
• muitas faltas
• pendurado (pode se preocupar para jogo de volta)

Roman MARTINEZ (meia direita, n° 10)
Pontos fortes:
• passes
• lançamentos/inversão de jogo
• obediência tática (inversões, pode ser extrema, interior, recomposição)

Pontos fracos:
• marcação
• faltas cometidas
• está pendurado

Nicolás PASQUINI (meia esquerda, n° 21)
Pontos fortes:
• cruzamentos (era lateral esquerdo até ano passado)
• bola parada
• passes

Pontos fracos:
• disputa aérea
• força física

ALEJANDRO SILVA (ponta/extrema direita, n° 16)
Pontos fortes:
• habilidade
• assistências
• velocidade
• posicionamento

Pontos fracos:
• marcação

Lautaro ACOSTA (ponta/extrema esquerda n° 7)
 Pontos fortes:
• habilidade/drible
• velocidade
• tabelas
• liderança (até mesmo com árbitros)

Pontos fracos:
• bola aérea
• marcação

José SAND (centroavante, n° 9)
Pontos fortes:
• finalização
• pivô
• passes curtos

Pontos fracos:
• habilidade
• recomposição

Com isso fiz uma comparação de jogador por jogador do Grêmio. Utilizei uma escala de 1 - 5, onde 1 é mais fraco, que tal?

GOLEIRO:
GROHE 4 X 3 ANDRADA

LATERAL DIREITO:
EDILSON 3 X 4 GÓMEZ 

ZAGUEIRO PELA DIREITA:
GEROMEL 5 X 2 GARCIA

ZAGUEIRO PELA ESQUERDA:
KANNEMANN 4 X 1 BRAGHIERI

LATERAL ESQUERDO:
CORTEZ 2 X 3 VELAZQUEZ

VOLANTE:
JAÍLSON/MICHEL 2 X 4 MARCONE

SEGUNDO VOLANTE:
ARTHUR 5 X 3 PASQUINI

MEIA:
LUAN 5 X 3 MARTINEZ

EXTREMA DIREITA:
RAMIRO 3 X 4 ALEJANDRO SILVA 

EXTREMA ESQUERDA: 
FERNANDINHO 2 X 5 ACOSTA

CENTROAVANTE:
BARRIOS 3 X 4 SAND

TIME DA FINAL:
GROHE; GÓMEZ, GEROMEL, KANNEMANN e VELAZQUEZ; MARCONE, ARTHUR, ALEJANDRO SILVA, LUAN e ACOSTA; SAND.

TOTAL PONTOS GRÊMIO: 38
TOTAL PONTOS LANÚS: 36

Conheces teu inimigo e conhece-te a ti mesmo; se tiveres cem combates a travar, cem vezes serás vitorioso. Se ignoras teu inimigo e conheces a ti mesmo, tuas chances de perder e de ganhar serão idênticas. Se ignoras ao mesmo tempo teu inimigo e a ti mesmo, só contarás teus combates por tuas derrotas.
Sun Tzu.

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terça-feira, 31 de outubro de 2017

Um Grêmio diferente, mas com a mesma qualidade - Análise tática contra Barcelona

E como esperado, Grêmio e Barcelona entraram em campo no Equador com o mesmo esquema tático, ou "espelhados", no 4231. Enquanto no Grêmio tivemos Jaílson (que teve mais uma boa atuação) no lugar do Michel, o Barcelona entrou sem surpresas, além dos desfalques do volante brasileiro Gabriel Marques (qe também não jogará na Arena) e do centroavante e melhor jogador da equipe, Jonathan Alvez. 


Grêmio e Barcelona sem surpresas no esquema tático.


No post que fiz no pré jogo pontuei algumas coisas que realmente aconteceram no jogo, dentre elas:
- temos que marcar Damien "Kuti" Diaz, que é o meia central do time e tem bom chute de fora da área
- é um time que joga pelas laterais, Fernandinho e Ramiro tem que ajudar muito na marcação
- o Barcelona deixa espaço na recomposição, era jogo para Luan
- Barrios teria que usar muito o físico, para fazer o pivô e fazer com que aproveitássemos os espaços nas laterais.

Duvida, então dá uma olhada:
http://mwfutebol.blogspot.com.br/2017/10/agora-e-libertadores-analises-taticas.html

Esquemas táticos idênticos, porém os modelos de jogo só seriam confirmados com o rolar da bola. Se por um lado o Grêmio gosta de ter a posse de bola o Barcelona gosta do jogo reativo, ou seja, esperar o adversário para sair no contra ataque pelos lados do campo. O que o "El Idolo", como é seu apelido, não esperava era a qualidade do Grêmio em especial do Luan, que no início do jogo fez o primeiro gol, depois de uma jogada de Cortez pela esquerda, aproveitando o espaço deixado por Velasco e Esterilla. Logo depois Edilson fez o gol de falta, em cima do goleiro da seleção equatoriana, Banguera, que como escrevi no post pré jogo é de "lua", alternando ótimas partidas, com outras com falhas. Saindo atrás o Barcelona teve que propor o jogo, e aí o Grêmio dominou o jogo, mudando seu estilo. 

Mudança de estilos e controle de jogo

Primeiramente Jailson marcou o criador do time Diaz, que nada fez no jogo. A opção era jogar pelas laterais. Na direita como já falado tinham Velasco e Esterilla, e na esquerda Caicedo e Vera. Para conter esses avanços, Ramiro e Fernandinho tiveram atuações destacadas. Se não aparecerem muito para o torcedor foram taticamente perfeitos, pois dobraram a marcação junto com Edilson e Cortez, respectivamente. 
 Damian Diaz marcado, indo para esquerda. Jaílson se movimentando muito!

ABAIXO O JOGO PELAS LATERAIS:
Lado esquerdo defensivo do Grêmio:



Cortez e Fernandinho controlaram as subidas do lateral Velasco, e aproveitaram o espaço deixado na defesa.






Lado direito defensivo do Grêmio:






Edilson e Ramiro suportando as ações ofensivas de B. Caicedo, fazendo a dobra na marcação.







Quando os jogadores do Barcelona conseguiam passar por essas duplas de marcação gremistas, encontravam  Geromel e Kannemann no meio da zaga. E se mesmo assim não conseguíamos afastar o perigo, tínhamos Marcelo Grohe, autor da defesa mais espetacular que vi em meus 34 anos de vida! Essa marcação fez com que o time equatoriano tivesse mais posse de bola, em especial no primeiro tempo com 65%, e que no fim do jogo totalizou 57%, invertendo os padrões das esquipes. 
Com o avanço do time equatoriano sobrava mais espaço para Luan criar e fazer o time jogar, e como jogou quando teve a bola! 
Luan craque, faz o time jogar, atuando mais pela esquerda do nosso ataque.

O modelo de jogo alterou, talvez pelas circunstâncias do jogo, isso só seremos nos próximos jogos. Porém contra o Barcelona, o time mostrou a maturidade de se recriar mais uma vez neste ano, pois tivemos mudanças significativas desde o ano passado:
1 - a saída de Doulas por lesão
2 - Bolaños entra e depois sai do time
3 - Luan recua para a meia com a entrada de Barrios
Todas essas mudanças mantiveram o estilo de propor o jogo. Contra o Barcelona mais uma mudança, e aqui não considero a saída de Pedro Rocha que é importantíssima, mas não pode ser comparada com uma saída de Luan, que é muito mais importante no time. Falo aqui numa mudança de tipo de jogo, marcando e saindo no espaço vazio. 

Minha primeira análise em vídeo só poderia ser do craque Luan!


Se manteremos esse estilo nos próximos jogos não saberemos. No jogo de volta, talvez continuaremos nessa postura, saindo em velocidade, com Luan ditando o ritmo do jogo. Temos que ter cuidado com a volta de Jonathan Alvez que é muito diferente de Ariel. Mas se mantermos Diaz fora do jogo, e empurrar o time do Barcelona para a lateral, disputaremos a quinta final de Libertadores da América!

Uma pequena análise do Grêmio de Renato

Renato disse, não veremos aquele futebol maravilhoso do meio do ano, mas por esse jogo contra o Barcelona, continua espetacular! Que se mantenha assim até o tri ou até "nós acabá com o planeta!"

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terça-feira, 24 de outubro de 2017

Agora é Libertadores! - Análises táticas contra Coritiba, Corinthians e Palmeiras, e prévia contra o Barcelona!

Renato já disse "Não esperem aquele futebol espetacular, bonito, que vocês viram no meio do ano". Pois é, se a Libertadores terminasse em julho, como normalmente terminava, seríamos campeões. Mas o "se" não existe, e ganharemos a Libertadores com outro futebol. Vimos nos últimos três jogos, três escalações diferentes, com estilos diferentes até mesmo dentro de um jogo (ou vocês não acham que o primeiro tempo contra o Palmeiras foi bom, e tudo mudou no segundo tempo?). E o grande motivo dessas mudanças foram "simplesmente" os jogadores. 

Contra o Coritiba jogamos com todos titulares disponíveis. Mas o mais importante deles fora: LUAN! Com isso o time foi burocrático.  Ramiro e Arthur ficaram centralizados com Fernandinho e Arroyo abertos, mas o jogo não fluiu. Um dos jogos com menos passes, 293, e com mais erros (86%) certos. Faltou alguém para fazer a bola rodar no ataque, abrir espaços, e realmente fazer o time jogar. O time ficou sem criatividade, ninguém para assumir o jogo e fazer a bola andar, até por isso não tivemos um destaque em campo, sendo equilibrado em vários aspectos como posse de bola e troca de passes. Vencemos, mas não convencemos, mas o resultado foi importantíssimo para resgatar a confiança, além de ter garantido a presença de Jael na lista da Libertadores...
 Posse de bola ao longo do jogo contra o Coritiba. Bola esteve muito na nossa defesa, equilibrio ao longo do campo que demonstra que ninguém assumiu o jogo.

Ramiro e Arthur, apesar do maior número de passes não sabem jogar centralizados.

Já contra o Corinthians temos a expectativa da decisão do campeonato. Temos o retorno de Luan. Temos um jogo com objetivo! E aí mostramos nossa força. Fomos melhores no jogo, através da movimentaçao de Luan, que consequentemente traz uma tranquilidade aos demais. O time teve mais confiança para jogar, trocou mais passes (416) e atuou mais na faixa central ofensiva, justamente a faixa onde Luan joga e faz o time jogar, a faixa de campo onde se decide os jogos. Faltou o gol, faltou o ritmo de jogo de Luan.

Com Luan a posse de bola fica mais na linha decisiva do campo, fazendo as laterais jogarem mais.
Número maior de passes. Luan liderando a interação, fazendo com que Arthur e Ramiro aumentem o número de passes na zona central do campo.

Já contra o Palmeiras tivemos a importante volta de Michel, e mantivemos Luan. Porém o resto do time era totalmente reserva. Até por isso, o primeiro tempo foi muito bom, em especial pelo lado direito ofensivo com Leo Moura, Luan e Everton tendo alguns momentos do Grêmio com o melhor futebol do brasil, ou seja, com toques rápidos, triangulações, a busca do espaço e tentativas de gol. Sim, muito pouco para o que víamos, e que acredito que não veremos mais. Mas um ponto importante e observado no jogo, com a ausência de Arthur, muitas vezes tinha que recuar para buscar a bola e iniciar as jogadas, assim se desgastando e não focando no ataque para decidir o jogo.

 Destaque do jogo pela direita. No primeiro tempo com Everton e principalmente pela escalação de Leo Moura.
Luan e Michel voltaram e comandaram o meio campo, até quando puderam. Destaque também pela qualidade técnica de Leo Moura.

COMO JOGA O BARCELONA- 
Enfrentaremos um time muito forte e rápido. Em resumo o time equatoriano joga espelhado no Grêmio, ou seja, no 4231. É um time que joga de maneira reativa, esperando o adversário e saindo em velocidade no contra ataque. Por isso quando joga em casa tem piores resultados do que jogando fora, pois não consegue propor o jogo quando sua torcida o espera fazer. Por esse jogo reativo, tem como maior virtude o contra ataque, e maior defeito a recomposição defensiva, que explicarei abaixo.

Sistema tático do Barcelona. Imagem do Filipe Duarte @filipeduarte88

Tem dois laterais que apoiam muito, sejam os titulares ou os reservas. Os titulares são Velasco pela direita (que jogou contra a Argentina) e Pineida pela esquerda. Apoiam tanto que é o quinto time com mais cruzamentos certos na Libertadores (43) e o quarto em cruzamentos erados, com 165. Por essa jogada lateral, combinando força e velocidade, acredito que Fernandinho comece jogando, pois leva vantagem em cima de Everton e Arroyo na questão defensiva. Há uma pequena possibilidade de jogar Cícero, caso Renato queira fortalecer o meio, assim deixando Luan mais livre e próximo de Barrios, além de ganhar mais altura nas bolas paradas. Em confirmando Fernandinho, ele e Ramiro serão fundamentais defensivamente para ajudar Cortez e Edilson respecitvamente no avanço destes laterais e dos extremas Esterilla na direita e Marcos Caicedo na esquerda. O lado positivo do jogo em Guayaquil é que o centrovante Jonathan Alvez, artilheiro do time na Libertadores, não jogará e deverá ser substituído por Ariel, que é mais lento, mas mais forte, ficando mais na área. Até por isso, acredito que Kannemann 

Time utiliza muito os lados do campo para as jogadas ofensivas


Na parte ofensiva do time, além dos laterais, e de Alvez que não jogará, o Grêmio deverá ter cuidado na marcação do veterano Argentino Damian "Kitu" Diaz, que poderemos comparar com o nosso Douglas. Ele que dá o toque preciso e que faz o time rodar, além de uma excelente bola parada e chute ao gol. Falando em finalizações, o Barcelona também se destaca neste quesito. Junto com o Grêmio é o time que mais finaliza na Libertadores. Então cuidado tanto com cruzamentos, quanto nos chutes de média distância!

 Grêmio é o segundo que melhor finaliza na Libertadores, enquanto o Barcelona vem logo atrás.

Nas finalizações erradas, tanto Barcelona quanto Grêmio aparecem no top 5 da Libertadores.

ANÁLISE DEFENSIVA DO BARCELONA -
Na defesa, o Barcelona abusa da força, tanto é que o time que mais tomou amarelos nessa Libertadores, com 31! É um time muito combativo, porém às vezes é lento na recomposição. Por essa lentidão muitas vezes ocorrem os cartões amarelos, por estarem atrasados na jogada. Consequentemente também não conseguem realizar os desarmes da maneira mais correta, apesar de terem físico para isso o posicionamento muitas vezes é errado, deixando esse espaço entre os zagueiros e volantes, sendo que o titular Gabriel Marques está suspenso nos dois jogos. Bem aí que joga Luan e aí poderemos nos aproveitar. 

Barcelona é o terceiro melhor em desarmes...

... mas é o time que desarma mais errado.

Grêmio e Barcelona são opostos quanto a faltas. Barcelona o segundo que mais faz faltas, e o Grêmio o time que mais sofre faltas. A bola parada pode ser muito importante para nós, será que Cícero terá chance, por ser muito bom na bola aérea ofensiva? Mas para isso, precisaremos muito da velocidade de Fernandinho e Ramiro abertos, e Luan, como já falei, jogando entre as linhas. Por ser um jogo físico, Barrios terá que se superar, realizando o pivo para a passagem destes.



Além disso recomendo os seguintes textos dos competentes Filipe Duarte (@filipeduarte88) da Band e o Eduardo Moura (@dado_moura)

https://globoesporte.globo.com/rs/futebol/times/gremio/noticia/para-desvendar-o-barcelona-em-gifs-veja-o-que-o-gremio-precisa-redobrar-atencao.ghtml

http://alupanogramado.final.com.br/dossie-do-barcelona-de-guayaquil-adversario-do-gremio-na-semifinal-da-libertadores/


Mais informações vocês podem encontrar no meu Twitter @mwgremio onde tive bons debates com o @kaleb_schuck e informações do Botafoguense @carlosbernardoL

quarta-feira, 11 de outubro de 2017

O que aconteceu com o Grêmio e como Renato tenta mudar a situação? Análises contra a Chapecoense, Botafogo, Bahia e Fluminense

Nos perguntamos o que aconteceu com aquele Grêmio, do melhor futebol do Brasil que tanto nos encantava. Apesar de mantermos o modelo de jogo de posse de bola e alta qualidade na troca de passes, onde os números nos mostram isso, é nítido que a qualidade do jogo caiu. Por isso é importante sempre esclarecer que se olharmos somente os números, não veremos o que o jogo nos apresenta. Se analisarmos somente os números temos o seguinte:

 Fonte: Footstats

Estes números comprovam a manutenção do sistema de jogo, pois conseguimos identificar esse padrão de comportamento, ao qual temos desde os tempos do Roger e ao qual Renato aperfeiçoou. Mas aqui um pouco de atenção. Não é somente pela repetição desse comportamento, comprovado por estes scouts, que significará que um time venceu ou perdeu. E este exemplo é claro, pois apesar de em todos os jogos termos mais posse, maior número de passes e uma alta qualidade, e sendo em campo adversário, dentro de casa, Libertadores ou Brasileiro, os RESULTADOS foram diferentes. Outro dado que este exemplo mostra e que está sendo muito discutido no Brasil é sobre a posse de bola. Como curiosidade, nos dois jogos que tivemos mais posse de bola, Chapecoense e Bahia, nós perdemos. No jogo contra o Botafogo tivemos menos posse e troca de passes, sendo estes com o menor índice de assertividade, mas foi o jogo mais importante, as CIRCUNSTÂNCIAS (competição, adversário, jogadores disponíveis) fizeram com que o Grêmio se adaptasse e jogasse pelo resultado, que veio em uma bola parada, no primeiro gol de cabeça de Barrios na temporada, onde já fez 18 com  a incrível média de um gol a cada 122 minutos. Ou seja, os scouts estão aí para serem um COMPLEMENTO da análise, e nunca a referência maior. 

 Intensidade e controle do jogo do Grêmio sempre maior em todos jogos, porém não se reflete nos resultados. Fonte: SofaScore

Com a análise dos scouts feita, vamos ao principal: a análise do jogo! E aqui temos a grande mudança, onde nosso meio ficou sem Luan, e não temos mais Pedro Rocha na direita. Surgiram até alguns debates no Twitter de "quem faz mais falta?". Minha resposta: NUNCA SABEREMOS. As condições são outras, o momento físico (fim de temporada) e mental (decisões) são grandes influenciadores. Outra coisa, Luan e Pedro Rocha saíram do time ao mesmo tempo, e ambos são (ou eram) fundamentais para o esquema de jogo. Luan, simplesmente o melhor jogador do Brasil no ano, com sua inteligência de jogar entre as linhas, de rodas o jogo, de se movimentar e abrir espaços. Pedro Rocha no maior crescimento do time no ano. O cara que puxava os contra ataques, que atraía a marcação dos adversários para dar maior liberdade para Luan jogar e também consequentemente fazendo com que Ramiro tivesse mais funções defensivas. Mas se querem uma resposta, apesar de ser um grande admirador de Pedro Rocha, vejo que Luan faz mais falta e explicarei porquê nas linhas abaixo.

Antes de explicar, importante conceituar. No livro que estou lendo "Para o Futebol Jogado com Ideias", um dos capítulos fala de "Análise e avaliação do comportamento tático no futebol", onde os autores propõem 7 perguntas para analisar o jogo:

·         quem executa a ação?
·         qual ação é realizada?
·         como a ação é realizada?
·         que tipo de ação é realizada?
·         onde a ação se realiza?
·         quando a ação se realiza?
·         qual é o resultado da ação?


Quem é da área de administração de empresas como eu, ou então já trabalhou em análise de resolução de problemas, saberá que este é o famoso 5W2H (what, when, who, where, why, how, how much), que podemos trocar o "how much" pelo "resultado" acima descrito. Pois bem, sabemos que o Grêmio sente falta desta criação, pois QUEM executou foram Ramiro e Leo Moura. Ramiro contra a Chapecoense e Bahia, e boa parte do jogo contra o Botafogo, onde Renato começou com Leo Moura e o substituiu por Everton aos 30min do 1t. Com isso Everton foi para a esquerda, Fernandinho pela direita e Ramiro centralizou. Apenas no último jogo contra o Fluminense Renato colocou Patrick como titular, mas podemos ver também muito de Jean Pyerre, pois substitui Patrick no início do segundo tempo. Foi o melhor jogo Grêmio destes quatro que comento aqui, que se não fosse a atuação do goleiro do Fluminense, Diego Cavalieri, seria uma vitória fácil. Também concordo que Ramiro caiu muito de rendimento nos últimos jogos, mas será que não é por estar deslocado, tendo que armar o time?

Já sabemos quem executou a ação, agora vamos para QUAL ação. O meia central na linha de três jogadores do Grêmio faz o time jogar, que cria as oportunidades ofensivas. E COMO isso é feito? Ano passado com Douglas e seus passes precisos que quebravam as linhas, onde a bola se movimentava. Esse ano com Luan, onde ele faz a movimentação de condução, triangulação, dando opção de linha de passe e consequente superioridade numérica. Renato tem o desafio de encontrar uma destas soluções, e viu que com Ramiro e Leo Moura não tem essas características, talvez encontradas em Patrick e Jean Pyerre, apesar da pouca amostragem.

Esse TIPO de ação, de fazer o time jogar, de centralizar o jogo pode ser percebida na característica do jogador. Patrick e Jean Pyere foram formados na base como meias. Patrick com mais velocidade (mais próximo de Luan, por favor não estou comparando!), Jean Pyerre com maior controle de bola e precisa de passes (mais próximo de Douglas, também estou longe de comparar).
  

 Mapa de calor de Ramiro nos três jogos e de Patrick e Jean Pyerre contra o Fluminense. 
Fonte: SofaScore

ONDE essa ação será realizada é na meio ofensiva, ou se preferirem no último terço de campo. Ramiro sempre possui uma grande movimentação, ocupa todos espaços quando atua ali. Quando fica aberto pela direita, ou se preferirem o extrema, concentra suas ações lá, consequentemente libera mais o lateral para jogar. Repito, a amostragem é muito pequena, mas Patrick e Jean Pyerre tem a tendência de centralizarem mais o jogo, onde a preparação e a criação deva ocorrer, e ao qual Luan faz  muito bem. Aqui está o que vejo o grande problema do Grêmio atualmente. Apesar de mantermos a formatação tática, no 4231, que são números para termos apenas uma base do que o time quer, a construção ofensiva, que é QUANDO precisamos preparar e criar as jogadas, não está sendo realizada. Nos jogos sentimos este espaço no meio sem ocupação, consequentemente o time não consegue ter parcerias para um jogo apoiado, que nada mais é do que o jogador que tem a posse da bola ter opções de passes, para aí ter triangulações,  infiltrações, quebra de linha do adversários a partir das movimentações, etc...
  

E obviamente que o RESULTADO destas ações são maiores chances de gol criadas, e o grande objetivo do gol. Este foi um dos fatores que conseguimos um grande número de finalizações contra o Fluminense, onde os laterais apareceram muito bem, em especial Cortez. Onde Arthur ficou centralizado, não mudando de posicionamento mais avançado, Ramiro jogou na sua posição e tendo Patrick (como na imagem do mapa de passes) dando opção de passes e assim conseguimos lembrar aquele Grêmio que nos encantou meses atrás.
  

Mapa de passes contra Fluminense. Fonte @11tegen11

Por essas razões vejo que Renato deve entrar com Patrick ou Jean Pyerre no meio contra o Cruzeiro. O time fica mais próximo do que sabe jogar. Por isso também vejo Luan mais importante que Pedro Rocha no sistema como um todo. E se vermos pelos números, Fernandinho tem números melhores que o Pedro Rocha, mas ao meu ver Fernandinho é reserva do Ramiro e Everton e Arroyo disputam posição pela esquerda, mas isso é tema para um próximo texto...

Números de Fernandinho muito melhores que de Pedro Rocha, mas no campo...


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