terça-feira, 31 de outubro de 2017

Um Grêmio diferente, mas com a mesma qualidade - Análise tática contra Barcelona

E como esperado, Grêmio e Barcelona entraram em campo no Equador com o mesmo esquema tático, ou "espelhados", no 4231. Enquanto no Grêmio tivemos Jaílson (que teve mais uma boa atuação) no lugar do Michel, o Barcelona entrou sem surpresas, além dos desfalques do volante brasileiro Gabriel Marques (qe também não jogará na Arena) e do centroavante e melhor jogador da equipe, Jonathan Alvez. 


Grêmio e Barcelona sem surpresas no esquema tático.


No post que fiz no pré jogo pontuei algumas coisas que realmente aconteceram no jogo, dentre elas:
- temos que marcar Damien "Kuti" Diaz, que é o meia central do time e tem bom chute de fora da área
- é um time que joga pelas laterais, Fernandinho e Ramiro tem que ajudar muito na marcação
- o Barcelona deixa espaço na recomposição, era jogo para Luan
- Barrios teria que usar muito o físico, para fazer o pivô e fazer com que aproveitássemos os espaços nas laterais.

Duvida, então dá uma olhada:
http://mwfutebol.blogspot.com.br/2017/10/agora-e-libertadores-analises-taticas.html

Esquemas táticos idênticos, porém os modelos de jogo só seriam confirmados com o rolar da bola. Se por um lado o Grêmio gosta de ter a posse de bola o Barcelona gosta do jogo reativo, ou seja, esperar o adversário para sair no contra ataque pelos lados do campo. O que o "El Idolo", como é seu apelido, não esperava era a qualidade do Grêmio em especial do Luan, que no início do jogo fez o primeiro gol, depois de uma jogada de Cortez pela esquerda, aproveitando o espaço deixado por Velasco e Esterilla. Logo depois Edilson fez o gol de falta, em cima do goleiro da seleção equatoriana, Banguera, que como escrevi no post pré jogo é de "lua", alternando ótimas partidas, com outras com falhas. Saindo atrás o Barcelona teve que propor o jogo, e aí o Grêmio dominou o jogo, mudando seu estilo. 

Mudança de estilos e controle de jogo

Primeiramente Jailson marcou o criador do time Diaz, que nada fez no jogo. A opção era jogar pelas laterais. Na direita como já falado tinham Velasco e Esterilla, e na esquerda Caicedo e Vera. Para conter esses avanços, Ramiro e Fernandinho tiveram atuações destacadas. Se não aparecerem muito para o torcedor foram taticamente perfeitos, pois dobraram a marcação junto com Edilson e Cortez, respectivamente. 
 Damian Diaz marcado, indo para esquerda. Jaílson se movimentando muito!

ABAIXO O JOGO PELAS LATERAIS:
Lado esquerdo defensivo do Grêmio:



Cortez e Fernandinho controlaram as subidas do lateral Velasco, e aproveitaram o espaço deixado na defesa.






Lado direito defensivo do Grêmio:






Edilson e Ramiro suportando as ações ofensivas de B. Caicedo, fazendo a dobra na marcação.







Quando os jogadores do Barcelona conseguiam passar por essas duplas de marcação gremistas, encontravam  Geromel e Kannemann no meio da zaga. E se mesmo assim não conseguíamos afastar o perigo, tínhamos Marcelo Grohe, autor da defesa mais espetacular que vi em meus 34 anos de vida! Essa marcação fez com que o time equatoriano tivesse mais posse de bola, em especial no primeiro tempo com 65%, e que no fim do jogo totalizou 57%, invertendo os padrões das esquipes. 
Com o avanço do time equatoriano sobrava mais espaço para Luan criar e fazer o time jogar, e como jogou quando teve a bola! 
Luan craque, faz o time jogar, atuando mais pela esquerda do nosso ataque.

O modelo de jogo alterou, talvez pelas circunstâncias do jogo, isso só seremos nos próximos jogos. Porém contra o Barcelona, o time mostrou a maturidade de se recriar mais uma vez neste ano, pois tivemos mudanças significativas desde o ano passado:
1 - a saída de Doulas por lesão
2 - Bolaños entra e depois sai do time
3 - Luan recua para a meia com a entrada de Barrios
Todas essas mudanças mantiveram o estilo de propor o jogo. Contra o Barcelona mais uma mudança, e aqui não considero a saída de Pedro Rocha que é importantíssima, mas não pode ser comparada com uma saída de Luan, que é muito mais importante no time. Falo aqui numa mudança de tipo de jogo, marcando e saindo no espaço vazio. 

Minha primeira análise em vídeo só poderia ser do craque Luan!


Se manteremos esse estilo nos próximos jogos não saberemos. No jogo de volta, talvez continuaremos nessa postura, saindo em velocidade, com Luan ditando o ritmo do jogo. Temos que ter cuidado com a volta de Jonathan Alvez que é muito diferente de Ariel. Mas se mantermos Diaz fora do jogo, e empurrar o time do Barcelona para a lateral, disputaremos a quinta final de Libertadores da América!

Uma pequena análise do Grêmio de Renato

Renato disse, não veremos aquele futebol maravilhoso do meio do ano, mas por esse jogo contra o Barcelona, continua espetacular! Que se mantenha assim até o tri ou até "nós acabá com o planeta!"

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terça-feira, 24 de outubro de 2017

Agora é Libertadores! - Análises táticas contra Coritiba, Corinthians e Palmeiras, e prévia contra o Barcelona!

Renato já disse "Não esperem aquele futebol espetacular, bonito, que vocês viram no meio do ano". Pois é, se a Libertadores terminasse em julho, como normalmente terminava, seríamos campeões. Mas o "se" não existe, e ganharemos a Libertadores com outro futebol. Vimos nos últimos três jogos, três escalações diferentes, com estilos diferentes até mesmo dentro de um jogo (ou vocês não acham que o primeiro tempo contra o Palmeiras foi bom, e tudo mudou no segundo tempo?). E o grande motivo dessas mudanças foram "simplesmente" os jogadores. 

Contra o Coritiba jogamos com todos titulares disponíveis. Mas o mais importante deles fora: LUAN! Com isso o time foi burocrático.  Ramiro e Arthur ficaram centralizados com Fernandinho e Arroyo abertos, mas o jogo não fluiu. Um dos jogos com menos passes, 293, e com mais erros (86%) certos. Faltou alguém para fazer a bola rodar no ataque, abrir espaços, e realmente fazer o time jogar. O time ficou sem criatividade, ninguém para assumir o jogo e fazer a bola andar, até por isso não tivemos um destaque em campo, sendo equilibrado em vários aspectos como posse de bola e troca de passes. Vencemos, mas não convencemos, mas o resultado foi importantíssimo para resgatar a confiança, além de ter garantido a presença de Jael na lista da Libertadores...
 Posse de bola ao longo do jogo contra o Coritiba. Bola esteve muito na nossa defesa, equilibrio ao longo do campo que demonstra que ninguém assumiu o jogo.

Ramiro e Arthur, apesar do maior número de passes não sabem jogar centralizados.

Já contra o Corinthians temos a expectativa da decisão do campeonato. Temos o retorno de Luan. Temos um jogo com objetivo! E aí mostramos nossa força. Fomos melhores no jogo, através da movimentaçao de Luan, que consequentemente traz uma tranquilidade aos demais. O time teve mais confiança para jogar, trocou mais passes (416) e atuou mais na faixa central ofensiva, justamente a faixa onde Luan joga e faz o time jogar, a faixa de campo onde se decide os jogos. Faltou o gol, faltou o ritmo de jogo de Luan.

Com Luan a posse de bola fica mais na linha decisiva do campo, fazendo as laterais jogarem mais.
Número maior de passes. Luan liderando a interação, fazendo com que Arthur e Ramiro aumentem o número de passes na zona central do campo.

Já contra o Palmeiras tivemos a importante volta de Michel, e mantivemos Luan. Porém o resto do time era totalmente reserva. Até por isso, o primeiro tempo foi muito bom, em especial pelo lado direito ofensivo com Leo Moura, Luan e Everton tendo alguns momentos do Grêmio com o melhor futebol do brasil, ou seja, com toques rápidos, triangulações, a busca do espaço e tentativas de gol. Sim, muito pouco para o que víamos, e que acredito que não veremos mais. Mas um ponto importante e observado no jogo, com a ausência de Arthur, muitas vezes tinha que recuar para buscar a bola e iniciar as jogadas, assim se desgastando e não focando no ataque para decidir o jogo.

 Destaque do jogo pela direita. No primeiro tempo com Everton e principalmente pela escalação de Leo Moura.
Luan e Michel voltaram e comandaram o meio campo, até quando puderam. Destaque também pela qualidade técnica de Leo Moura.

COMO JOGA O BARCELONA- 
Enfrentaremos um time muito forte e rápido. Em resumo o time equatoriano joga espelhado no Grêmio, ou seja, no 4231. É um time que joga de maneira reativa, esperando o adversário e saindo em velocidade no contra ataque. Por isso quando joga em casa tem piores resultados do que jogando fora, pois não consegue propor o jogo quando sua torcida o espera fazer. Por esse jogo reativo, tem como maior virtude o contra ataque, e maior defeito a recomposição defensiva, que explicarei abaixo.

Sistema tático do Barcelona. Imagem do Filipe Duarte @filipeduarte88

Tem dois laterais que apoiam muito, sejam os titulares ou os reservas. Os titulares são Velasco pela direita (que jogou contra a Argentina) e Pineida pela esquerda. Apoiam tanto que é o quinto time com mais cruzamentos certos na Libertadores (43) e o quarto em cruzamentos erados, com 165. Por essa jogada lateral, combinando força e velocidade, acredito que Fernandinho comece jogando, pois leva vantagem em cima de Everton e Arroyo na questão defensiva. Há uma pequena possibilidade de jogar Cícero, caso Renato queira fortalecer o meio, assim deixando Luan mais livre e próximo de Barrios, além de ganhar mais altura nas bolas paradas. Em confirmando Fernandinho, ele e Ramiro serão fundamentais defensivamente para ajudar Cortez e Edilson respecitvamente no avanço destes laterais e dos extremas Esterilla na direita e Marcos Caicedo na esquerda. O lado positivo do jogo em Guayaquil é que o centrovante Jonathan Alvez, artilheiro do time na Libertadores, não jogará e deverá ser substituído por Ariel, que é mais lento, mas mais forte, ficando mais na área. Até por isso, acredito que Kannemann 

Time utiliza muito os lados do campo para as jogadas ofensivas


Na parte ofensiva do time, além dos laterais, e de Alvez que não jogará, o Grêmio deverá ter cuidado na marcação do veterano Argentino Damian "Kitu" Diaz, que poderemos comparar com o nosso Douglas. Ele que dá o toque preciso e que faz o time rodar, além de uma excelente bola parada e chute ao gol. Falando em finalizações, o Barcelona também se destaca neste quesito. Junto com o Grêmio é o time que mais finaliza na Libertadores. Então cuidado tanto com cruzamentos, quanto nos chutes de média distância!

 Grêmio é o segundo que melhor finaliza na Libertadores, enquanto o Barcelona vem logo atrás.

Nas finalizações erradas, tanto Barcelona quanto Grêmio aparecem no top 5 da Libertadores.

ANÁLISE DEFENSIVA DO BARCELONA -
Na defesa, o Barcelona abusa da força, tanto é que o time que mais tomou amarelos nessa Libertadores, com 31! É um time muito combativo, porém às vezes é lento na recomposição. Por essa lentidão muitas vezes ocorrem os cartões amarelos, por estarem atrasados na jogada. Consequentemente também não conseguem realizar os desarmes da maneira mais correta, apesar de terem físico para isso o posicionamento muitas vezes é errado, deixando esse espaço entre os zagueiros e volantes, sendo que o titular Gabriel Marques está suspenso nos dois jogos. Bem aí que joga Luan e aí poderemos nos aproveitar. 

Barcelona é o terceiro melhor em desarmes...

... mas é o time que desarma mais errado.

Grêmio e Barcelona são opostos quanto a faltas. Barcelona o segundo que mais faz faltas, e o Grêmio o time que mais sofre faltas. A bola parada pode ser muito importante para nós, será que Cícero terá chance, por ser muito bom na bola aérea ofensiva? Mas para isso, precisaremos muito da velocidade de Fernandinho e Ramiro abertos, e Luan, como já falei, jogando entre as linhas. Por ser um jogo físico, Barrios terá que se superar, realizando o pivo para a passagem destes.



Além disso recomendo os seguintes textos dos competentes Filipe Duarte (@filipeduarte88) da Band e o Eduardo Moura (@dado_moura)

https://globoesporte.globo.com/rs/futebol/times/gremio/noticia/para-desvendar-o-barcelona-em-gifs-veja-o-que-o-gremio-precisa-redobrar-atencao.ghtml

http://alupanogramado.final.com.br/dossie-do-barcelona-de-guayaquil-adversario-do-gremio-na-semifinal-da-libertadores/


Mais informações vocês podem encontrar no meu Twitter @mwgremio onde tive bons debates com o @kaleb_schuck e informações do Botafoguense @carlosbernardoL

quarta-feira, 11 de outubro de 2017

O que aconteceu com o Grêmio e como Renato tenta mudar a situação? Análises contra a Chapecoense, Botafogo, Bahia e Fluminense

Nos perguntamos o que aconteceu com aquele Grêmio, do melhor futebol do Brasil que tanto nos encantava. Apesar de mantermos o modelo de jogo de posse de bola e alta qualidade na troca de passes, onde os números nos mostram isso, é nítido que a qualidade do jogo caiu. Por isso é importante sempre esclarecer que se olharmos somente os números, não veremos o que o jogo nos apresenta. Se analisarmos somente os números temos o seguinte:

 Fonte: Footstats

Estes números comprovam a manutenção do sistema de jogo, pois conseguimos identificar esse padrão de comportamento, ao qual temos desde os tempos do Roger e ao qual Renato aperfeiçoou. Mas aqui um pouco de atenção. Não é somente pela repetição desse comportamento, comprovado por estes scouts, que significará que um time venceu ou perdeu. E este exemplo é claro, pois apesar de em todos os jogos termos mais posse, maior número de passes e uma alta qualidade, e sendo em campo adversário, dentro de casa, Libertadores ou Brasileiro, os RESULTADOS foram diferentes. Outro dado que este exemplo mostra e que está sendo muito discutido no Brasil é sobre a posse de bola. Como curiosidade, nos dois jogos que tivemos mais posse de bola, Chapecoense e Bahia, nós perdemos. No jogo contra o Botafogo tivemos menos posse e troca de passes, sendo estes com o menor índice de assertividade, mas foi o jogo mais importante, as CIRCUNSTÂNCIAS (competição, adversário, jogadores disponíveis) fizeram com que o Grêmio se adaptasse e jogasse pelo resultado, que veio em uma bola parada, no primeiro gol de cabeça de Barrios na temporada, onde já fez 18 com  a incrível média de um gol a cada 122 minutos. Ou seja, os scouts estão aí para serem um COMPLEMENTO da análise, e nunca a referência maior. 

 Intensidade e controle do jogo do Grêmio sempre maior em todos jogos, porém não se reflete nos resultados. Fonte: SofaScore

Com a análise dos scouts feita, vamos ao principal: a análise do jogo! E aqui temos a grande mudança, onde nosso meio ficou sem Luan, e não temos mais Pedro Rocha na direita. Surgiram até alguns debates no Twitter de "quem faz mais falta?". Minha resposta: NUNCA SABEREMOS. As condições são outras, o momento físico (fim de temporada) e mental (decisões) são grandes influenciadores. Outra coisa, Luan e Pedro Rocha saíram do time ao mesmo tempo, e ambos são (ou eram) fundamentais para o esquema de jogo. Luan, simplesmente o melhor jogador do Brasil no ano, com sua inteligência de jogar entre as linhas, de rodas o jogo, de se movimentar e abrir espaços. Pedro Rocha no maior crescimento do time no ano. O cara que puxava os contra ataques, que atraía a marcação dos adversários para dar maior liberdade para Luan jogar e também consequentemente fazendo com que Ramiro tivesse mais funções defensivas. Mas se querem uma resposta, apesar de ser um grande admirador de Pedro Rocha, vejo que Luan faz mais falta e explicarei porquê nas linhas abaixo.

Antes de explicar, importante conceituar. No livro que estou lendo "Para o Futebol Jogado com Ideias", um dos capítulos fala de "Análise e avaliação do comportamento tático no futebol", onde os autores propõem 7 perguntas para analisar o jogo:

·         quem executa a ação?
·         qual ação é realizada?
·         como a ação é realizada?
·         que tipo de ação é realizada?
·         onde a ação se realiza?
·         quando a ação se realiza?
·         qual é o resultado da ação?


Quem é da área de administração de empresas como eu, ou então já trabalhou em análise de resolução de problemas, saberá que este é o famoso 5W2H (what, when, who, where, why, how, how much), que podemos trocar o "how much" pelo "resultado" acima descrito. Pois bem, sabemos que o Grêmio sente falta desta criação, pois QUEM executou foram Ramiro e Leo Moura. Ramiro contra a Chapecoense e Bahia, e boa parte do jogo contra o Botafogo, onde Renato começou com Leo Moura e o substituiu por Everton aos 30min do 1t. Com isso Everton foi para a esquerda, Fernandinho pela direita e Ramiro centralizou. Apenas no último jogo contra o Fluminense Renato colocou Patrick como titular, mas podemos ver também muito de Jean Pyerre, pois substitui Patrick no início do segundo tempo. Foi o melhor jogo Grêmio destes quatro que comento aqui, que se não fosse a atuação do goleiro do Fluminense, Diego Cavalieri, seria uma vitória fácil. Também concordo que Ramiro caiu muito de rendimento nos últimos jogos, mas será que não é por estar deslocado, tendo que armar o time?

Já sabemos quem executou a ação, agora vamos para QUAL ação. O meia central na linha de três jogadores do Grêmio faz o time jogar, que cria as oportunidades ofensivas. E COMO isso é feito? Ano passado com Douglas e seus passes precisos que quebravam as linhas, onde a bola se movimentava. Esse ano com Luan, onde ele faz a movimentação de condução, triangulação, dando opção de linha de passe e consequente superioridade numérica. Renato tem o desafio de encontrar uma destas soluções, e viu que com Ramiro e Leo Moura não tem essas características, talvez encontradas em Patrick e Jean Pyerre, apesar da pouca amostragem.

Esse TIPO de ação, de fazer o time jogar, de centralizar o jogo pode ser percebida na característica do jogador. Patrick e Jean Pyere foram formados na base como meias. Patrick com mais velocidade (mais próximo de Luan, por favor não estou comparando!), Jean Pyerre com maior controle de bola e precisa de passes (mais próximo de Douglas, também estou longe de comparar).
  

 Mapa de calor de Ramiro nos três jogos e de Patrick e Jean Pyerre contra o Fluminense. 
Fonte: SofaScore

ONDE essa ação será realizada é na meio ofensiva, ou se preferirem no último terço de campo. Ramiro sempre possui uma grande movimentação, ocupa todos espaços quando atua ali. Quando fica aberto pela direita, ou se preferirem o extrema, concentra suas ações lá, consequentemente libera mais o lateral para jogar. Repito, a amostragem é muito pequena, mas Patrick e Jean Pyerre tem a tendência de centralizarem mais o jogo, onde a preparação e a criação deva ocorrer, e ao qual Luan faz  muito bem. Aqui está o que vejo o grande problema do Grêmio atualmente. Apesar de mantermos a formatação tática, no 4231, que são números para termos apenas uma base do que o time quer, a construção ofensiva, que é QUANDO precisamos preparar e criar as jogadas, não está sendo realizada. Nos jogos sentimos este espaço no meio sem ocupação, consequentemente o time não consegue ter parcerias para um jogo apoiado, que nada mais é do que o jogador que tem a posse da bola ter opções de passes, para aí ter triangulações,  infiltrações, quebra de linha do adversários a partir das movimentações, etc...
  

E obviamente que o RESULTADO destas ações são maiores chances de gol criadas, e o grande objetivo do gol. Este foi um dos fatores que conseguimos um grande número de finalizações contra o Fluminense, onde os laterais apareceram muito bem, em especial Cortez. Onde Arthur ficou centralizado, não mudando de posicionamento mais avançado, Ramiro jogou na sua posição e tendo Patrick (como na imagem do mapa de passes) dando opção de passes e assim conseguimos lembrar aquele Grêmio que nos encantou meses atrás.
  

Mapa de passes contra Fluminense. Fonte @11tegen11

Por essas razões vejo que Renato deve entrar com Patrick ou Jean Pyerre no meio contra o Cruzeiro. O time fica mais próximo do que sabe jogar. Por isso também vejo Luan mais importante que Pedro Rocha no sistema como um todo. E se vermos pelos números, Fernandinho tem números melhores que o Pedro Rocha, mas ao meu ver Fernandinho é reserva do Ramiro e Everton e Arroyo disputam posição pela esquerda, mas isso é tema para um próximo texto...

Números de Fernandinho muito melhores que de Pedro Rocha, mas no campo...


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